Demian Maia destrói Ben Askren com "mata-leão" de um braço



Sergio da Motta e Albuquerque


Renner Gracie explica as principais tentativas de submissão de Maia e a finalização (Youtube, 26/10)



No UFC Fight Night 162 (26/10), em Singapura, o brasileiro Demian Maia deixou bem clara ao mundo inteiro   a superioridade do BJJ sobre o "wrestling", ao finalizar Ben Askren, ao final do terceiro e último "round".  Uma pequena falha, ou abandono de uma tática correta de luta, é fatal ao lutador que enfrenta um bom lutador de Jiu Jitsu.

Renner Gracie, em sua academia, junto com seu aluno faixa-roxa do Reino Unido Danny, demostrou como Askren, com uma tática certa para a luta (quatro minutos de "trocação", com um de luta agarrada), perdeu a peleja e sofreu mais um nocaute. Ele vinha levando vantagem até quase o fim do combate. Mas abandonou seu "script", que funcionou bem até ali, e tentou um "take down" ao final da luta. Com dois minutos de exposição ao Jiu Jitsu letal de Demian Maia. O risco que Askrem assumiu foi grande demais, e ele pagou por isso.

Vejamos agora, com a "expertise" e o talento do Mestre Renner Gracie e seu aluno inglês, como Maia perseguiu a finalização nos três assaltos, até chegar a finalização. Renner Gracie é uma criatura incrível: ele reúne o empreendedorismo do pai, Rorion Gracie,  com a genialidade do avô Hélio no combate de solo e na arte do ensino. Renner Gracie é um dos melhores e mais qualificados professores de BJJ que eu já vi.

No primeiro "round",  Maia tentou uma chave de braço só conhecida por faixas-pretas muito qualificados, explicou Renner. Observem:



Notem que o pé é apoiado da coxa do adversário:



No segundo assalto, Demian Maia tentou o triângulo. Askren escapou:


Com a nova fuga de Askren, Maia encaixou uma chave na omoplata:


Mais uma vez, o americano escapou. Foi a vez do brasileiro tentar a kimura:

                                                            

 Askren afastou a quadril e escapou outra vez:



Ben Askren, o falador que insinuou no Twitter "saber como Rickson Gracie venceu 400 lutas", depois que Kron Gracie declarou ter vencido Cub Swanson no UFC Night Fight 161 (12/10).
Kron perdeu a luta, e não aceitou o resultado. Protestou em redes sociais. Não foi razão para Ben Askren insultar o Grande Mestre Rickson Gracie. Maia vingou o BJJ com muito estilo. Depois de dois minutos de "trocação", Askren resolveu arriscar um "take down". Foi aí que o jovem Mestre Gracie avisou:" Ele abandonou sua tática e pôs tudo a perder".

Ao final do terceiro assalto, Demian Maia garantiu a sua finalização com um triângulo de corpo, na cintura de Askren:

                                                                          

Depois, aplicou um soco, para "amaciar" o adversário:

                                                                         


Maia, depois, virou para baixo, pronto a pegar o pescoço de Askren. Notem que o brasileiro "abriu as asas" (braços) do americano, como disse Renner Gracie, impedindo que este defendesse o pescoço. A vitória estava perto:



Askren tentou a defesa, mas, sem poder usar o diafragma (preso do triângulo) para respirar, e sufocado pelo "mata-leão", com um só braço de Maia, o falastrão Askrem ainda tentou bater. Não conseguiu e desmaiou antes:


Como disse o Mestre Renner Gracie, um só braço basta para um enfortamento, ou "mata-leão". Principalmente quando o oponente tem diafragma pressionado com um triângulo no abdome.
Ben Askren, depois de um pequeno "cochilo" ali no ringue", aprendeu isso do modo mais duro.

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Por que eu escrevo sobre MMA e Jiu Jitsu?

O Jiu Jitsu entrou em minha vida através de meu pai, Gilberto Felício da Motta e Albuquerque. Ele aprendeu a luta na Marinha de Guerra. Era da linhagem de Luis França Filho. Atingiu a faixa-marrom, e ensinou-me um pouco do que sabia, entre 1952 e 1966. Em 1968, meu pai morreu, e eu nunca mais vesti um kimono de Jiu Jitsu.
Aos 26 anos, fui lutar Karatê Shotokan, com o Mestre Taktushi, na PUC, e no Clube Municipal do Rio de Janeiro.  Fiz o curso dado pelo Presidente da Nihon Karatê Kiokai, O idealismo desta luta me influencia até hoje. Mas ela não tem defesa eficiente. O lutador tem que aceitar os golpes do adversário. Desanimado, e sem disposição para decorar os "katás", desisti em um ano. 
Foi toda a prática que tive de artes marciais.
Meu carinho pelo Jiu Jitsu é parte de meu amor por meu pai. Assim com a música.
Abaixo, uma pequena lembrança, que mostro a todos com orgulho. Eu, 'rolando' com meu pai, em 1962, no Rio de Janeiro. Ele foi o melhor homem que conheci. Hoje, seu neto Fernando segue seus passos (ele é faixa preta da linhagem Gracie, com muito orgulho do tio):



"Deus é o Eterno Inexistente. Sua justiça é atemporal e permanente"
(Sergio de A.)